O Hospital Municipal Gilson de Cássia Marques de Carvalho – Santa Catarina, localizado na Zona Sul de São Paulo e considerado referência no atendimento a bebês prematuros, irá desativar os leitos da maternidade. Os partos serão realizados até agosto e os exames de pré-natal de alto risco até setembro.
Em abril deste ano, a unidade ganhou destaque no Fantástico após a equipe médica realizar o parto do menor bebê já registrado em um hospital público no Brasil. Camila Soares, a mãe, chegou ao hospital com seis meses de gestação e pressão alta.
Emanuelly nasceu com 335 gramas e 25 centímetros. Segundo a Secretaria de Saúde, o hospital está passando por uma readequação “para ampliar o número de leitos e vagas para atendimento oncológico”. Com isso, os leitos da maternidade serão redirecionados para pacientes com câncer.
“A unidade, que é o único hospital oncológico de alta complexidade da rede municipal, realiza mais de 10 mil consultas, 4 mil exames e 400 cirurgias nessa especialidade, inclusive com robôs de última geração”, informou a secretaria. Ainda de acordo com a secretaria, de janeiro a junho deste ano, cerca de 870 gestantes foram atendidas mensalmente no pronto-socorro obstétrico da unidade, 137 no ambulatório de alto risco e foram realizados 162 partos no mesmo período.
Durante a inauguração da ampliação do Parque da Independência, também na Zona Sul, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou no sábado (15) que a transferência dos leitos será gradual e defendeu a readequação do Vila Santa Catarina por ser o único hospital oncológico municipal.
“No local, são realizadas 10 mil consultas por mês, 4 mil exames e 400 cirurgias na área oncológica, incluindo cirurgias com robôs. Então, as mães que estavam sendo atendidas ou que seriam atendidas na maternidade serão atendidas em outros hospitais da rede municipal. Não há perda no atendimento à maternidade. O que há é uma estratégia para criar leitos oncológicos em um hospital que é referência para oncologia.”
A Secretaria de Saúde também ressaltou que a cidade de São Paulo conta com 30 maternidades de referência, incluindo aquelas para partos de alto risco, totalizando 1.200 leitos para atendimento. “A rede municipal de saúde conta com o Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva – Vila Nova Cachoeirinha, que é referência para o atendimento de casos de bebês diagnosticados com má formação na coluna e sistema nervoso central por ultrassom obstétrico. O hospital está preparado para realizar cirurgias intrauterinas. Até o momento, já foram realizados oito procedimentos no hospital”, diz o comunicado.